Aviso já que quem é sensível à associação de comida a coisas nojentas não deve continuar a ler este post, não quero deixar ninguém sem comer!
Desde pequena que nunca gostei do cheiro de carne ou de peixe. Lembro-me de ir ao mercado com a minha mãe e quando ela ia a parte do peixe eu ficava pela fruta, não suportava aquele cheiro. O mesmo acontecia quando ela arranjava frango ou assim, sempre foi um cheiro que me fazia alguma confusão.
Mais tarde, durante os anos de faculdade, nas aulas e no estágio de Tanatologia assisti a diversas autópsias. Não me faz a mínima confusão, é o que é e tem de ser feito, faz parte do meu curso e lido melhor com isso do que com o sofrimento das pessoas. Quando me perguntavam como era só me queixava do cheiro, cheirava a talho. Tentava sempre respirar pela boca, por dentro da máscara para não sentir o cheiro mas foi sempre a associação que fiz, as autópsias cheiram a talho (excepto quando tem de se abrir o intestino que é um bocadinho pior mas felizmente isso só se faz quando há suspeita de alguma patologia).
Agora que já me casei e já sou eu quem está na cozinha, por norma, não arranjo carne. O frango e o pato vêem arranjados do talho, os bifes e o entrecosto cortados, enfim, praticamente pronto a cozinhar. Hoje fiz pipis e tive de arranjar os miúdos... Tive alturas que me deu vómitos. Cheirava tanto, mas tanto às autópsias, fez-me tanto lembrar a Tanatologia que eu já só desejava conseguir comer o petisco. Felizmente não sou de paranóias e não me faz confusão essas associações desde que a comida me saiba bem, e estava delicioso, mas dispenso o cheiro!!! V,*