sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ter ou não ter

Nunca fui muito dada a animais. Quando era miuda passei por uma fase em que queria muito ter um cão mas o trio "minha mãe-casa-cão" é incompatível. A única coisa que foi permitida ter lá em casa foram papagaios. Gosto de cães mas confesso que ter a casa cheia de pêlos é algo que não me agrada. O pior que me pode acontecer numa casa é sentar-me no sofá e levantar-me com outra cor na roupa devido à acumulação de pêlos. Acho que isso herdei da minha mãe. Em Outubro, num daqueles dias em que estava óptimo tempo e que consegui fazer praia, encontrei um cão (não sei a raça nem entendo muito disso mas era de porte gradito) perdido. Ou pelo menos aparentava estar perdido ou abandonado. Tinha coleira com o nome e estava coxo. Brincou comigo e com o meu R. e deitou-se no fundo das nossas toalhas. O meu coração estava a ficar apertadinho porque não me iria conseguir ir embora e deixar o cão ali. Já estava a pensar que ele iria atrás de nós até ao carro e que eu não ia conseguir entrar no carro e simplesmente deixar ali o cão. Até o meu R., que ainda é menos dado a animais, se afastou do cão porque lhe estava a tocar no coração e estava a pensar o mesmo que eu. Não consegui perceber se estava perdido, abandonado ou se era daqueles que vai dar os seus passeios mas volta sempre a casa. Parecia bem tratado mas o facto de estar coxo fez-me apostar mais no estar perdido. Entretanto, e para bem do meu coração caso contrário não sei como iria ser, o cão acabou por se ir embora e foi brincar com outras pessoa que estavam na praia. Desde esse dia que o meu coração ficou derretido por um cão. Comecei a pensar na ideia de ter um e confesso que acho os Buldog Francês um mimo. Sempre gostei desses cães e a ideia de ser uma raça de pêlo curto (que supostamente não tem tanta queda) agrada-me. Tenho acompanhado fotos e procurado vendedores (apesar de achar que são carissímos) e cada vez que vejo fotos fico mais apaixonada. O meu R. começou por não achar piada à ideia mas tanto massacrei que acho que já lhe dei a volta (afinal de contas tem que se fazer as vontades à Rainha da casa). No entanto ainda estou na dúvida porque não sei se tenho vida para ter um. A ter um cão tem de ser para lhe dar atenção e todos os cuidados. Moro num apartamento, não tenho sequer varanda porque é um RC, saio de casa às 7h da manhã e entro às 17h ou mais tarde. Teria que me levantar mais cedo para o ir passear logo de manhã, teria que me preocupar se podia ou não ir para casa mais tarde para que não ficasse tanto tempo sem ir à rua e sozinho, teria que contar com algum dinheiro para veterinário/vacinas/ração mas teria sempre um docinho de 4 patas à minha espera para me fazer uma festa quando chegasse a casa e para me fazer companhia e dar mimos. É uma questão que eu e o meu R. teremos de pensar a longo prazo. V,*


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